A redescoberta de uma nova espécie de serpente é sempre um marco importante para a ciência e a biodiversidade de um país. A população historicamente chamada de Lachesis muta, na verdade pertence à duas espécies distintas. Recentemente, através de dados históricos, gênomicos e morfológicos foi identificada no Brasil a Lachesis rhombeata, uma espécie de surucucu que está despertando grande interesse entre herpetólogos e entusiastas da fauna.
A Lachesis rhombeata é um membro do gênero Lachesis, que inclui as maiores serpentes venenosas das Américas. Esse grupo é conhecido por suas longas presas (dentição solenóglifa) e capacidade de injetar grandes quantidades de veneno, o que torna essas serpentes um dos predadores mais temidos das florestas tropicais. O nome "rhombeata" se refere ao padrão de losangos presentes em sua pele, um detalhe que ajuda na identificação da espécie.
Essa espécie é endêmica da na Mata Atlântica, uma das florestas mais ricas em biodiversidade do mundo, mas também uma das mais ameaçadas. A descoberta da Lachesis rhombeata reforça a importância de preservar esse ecossistema, que abriga uma enorme variedade de espécies ainda desconhecidas pela ciência.
Além de sua importância ecológica, a Lachesis rhombeata também é de grande interesse para a medicina. O veneno das serpentes do gênero Lachesis é estudado por suas propriedades farmacológicas, que podem ser úteis no desenvolvimento de novos medicamentos. Essas pesquisas podem levar a avanços significativos no tratamento de diversas condições médicas, desde distúrbios de coagulação até o desenvolvimento de novos analgésicos.
A descoberta da Lachesis rhombeata é um lembrete do quanto ainda temos a aprender sobre a biodiversidade brasileira e a importância de continuar investindo em pesquisa e conservação. Cada nova espécie descoberta é uma peça do complexo quebra-cabeça da vida na Terra, e protegê-las é essencial para manter o equilíbrio de nossos ecossistemas.Para os herpetólogos e conservacionistas, a descoberta desta nova espécie de surucucu é um motivo de celebração e um chamado para a ação. A preservação da Lachesis rhombeata e de seu habitat natural é crucial para garantir que as futuras gerações possam continuar a descobrir e se maravilhar com as incríveis formas de vida que habitam nosso planeta.
E a Lachesis muta, o que aconteceu com ela? Agora só é encontrada no bioma Amazônia. Na Mata atlântica encontramos a Lachesis rhombeata.
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Texto: Rafael Moura. Doutorando do PPGCAF com ênfase em Conservação da Natureza.
Acesse o artigo completo no link: https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/14772000.2024.2366215?fbclid=IwY2xjawEUWDJleHRuA2FlbQIxMAABHZoVi1CPuitghAs3lUR49EMRDp6omud039xhYLlNEU0YiczbqZS2nJt4_w_aem_WfgyVR9wc3elMEnnKJEiAQ
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