top of page

Animais toxungenosos são aqueles que possuem a capacidade de liberar toxinas através da secreção de substâncias venenosas, sem a necessidade de injetá-las diretamente, como fazem os animais venenosos ou peçonhentos. Essas toxinas são geralmente excretadas através da pele, glândulas especializadas ou outros meios de dispersão, oferecendo proteção contra predadores e, em alguns casos, auxiliando na captura de presas. A distinção principal entre toxungenosos e peçonhentos reside na forma de liberação das toxinas: enquanto os peçonhentos utilizam estruturas como presas ou ferrões para injetar veneno, os toxungenosos dependem do contato ou da projeção das toxinas.


Um exemplo notável de animal toxungenoso é a cobra naja cuspideira (Hemachatus haemachatus). Ao contrário de outras cobras que injetam veneno através de uma mordida, a naja cuspideira é capaz de projetar seu veneno em direção aos olhos de um predador ou ameaça, visando causar dor intensa e potencial cegueira temporária. Este mecanismo defensivo altamente eficaz permite que a naja se defenda a uma distância segura, aumentando suas chances de escapar de situações perigosas.



Outro exemplo impressionante é o besouro bombardeiro (família Carabidae). Este pequeno inseto possui glândulas que produzem uma mistura química explosiva. Quando ameaçado, o besouro mistura essas substâncias e as ejeta com força em direção ao agressor, criando uma explosão química que pode causar queimaduras e desorientação. Esta estratégia defensiva não apenas afasta predadores, mas também demonstra a complexidade das adaptações evolutivas que permitem a sobrevivência desses animais em ambientes hostis. Esses exemplos ilustram a diversidade de mecanismos de defesa que os animais toxungenosos desenvolveram para se proteger e prosperar em seus habitats naturais.


Gostou dessa informação? Deixe nos comentários se á conhecia esse termo!


Texto: Rafael Moura. Doutorando do PPGCAF com ênfase em Conservação da Natureza.


NELSEN, D. R. et al. Poisons, toxungens, and venoms: redefining and classifying toxic biological secretions and the organisms that employ them. Biological reviews of the Cambridge Philosophical Society, v. 89, n. 2, p. 450-465, 2014

21 visualizações0 comentário

Os incêndios no Pantanal brasileiro em 2024 ultrapassaram os registros do mesmo período em 2020, conforme dados disponibilizados pelo Programa de BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A devastação atual destaca uma crise ambiental sem precedentes, impulsionada pela redução significativa dos recursos destinados ao combate a incêndios. Esta redução de verbas pelo governo federal tem comprometido gravemente a capacidade de resposta às queimadas, resultando em perdas irreparáveis para a biodiversidade e o equilíbrio ecológico da região. As queimadas estão destruindo habitats críticos para inúmeras espécies de fauna e flora, algumas das quais são endêmicas e já estão ameaçadas de extinção. Além disso, o impacto sobre as comunidades locais, que dependem dos recursos naturais do Pantanal, é profundo, afetando diretamente suas atividades econômicas e modos de vida.



Em 2020, o Pantanal já havia sofrido um dos piores incêndios de sua história, mas a situação em 2024 se mostra ainda mais crítica. A diminuição do financiamento federal destinado às operações de combate e prevenção ao fogo tem deixado as equipes locais sem os recursos necessários para enfrentar as chamas de forma eficaz. Sem apoio financeiro adequado, as medidas de contenção se tornam insuficientes, permitindo que os incêndios se espalhem com maior rapidez e intensidade, destruindo vastas áreas de vegetação nativa e ameaçando diversas espécies animais.


A continuidade dessa tendência pode acarretar danos irreversíveis ao Pantanal. Para reverter essa situação, é essencial que o governo federal reassuma um papel proativo e restabeleça os investimentos necessários para o combate aos incêndios. A implementação de políticas públicas eficientes, aliadas a um aumento substancial dos recursos financeiros, é crucial para proteger esse importante bioma. Sem uma ação governamental decisiva, a perspectiva de preservação do Pantanal e de suas riquezas naturais permanece em risco, comprometendo a sustentabilidade ambiental e o futuro da região.


Fonte dos dados: Programa de BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)


Texto: Rafael Moura. Doutorando do PPGCAF com ênfase em Conservação da Natureza.

7 visualizações0 comentário

A descoberta do Leopardus pardinoides representa um momento de grande importância na trajetória da zoologia e da conservação da vida selvagem. Esta espécie de felino, desconhecida por muito tempo, agora emerge, trazendo consigo uma riqueza de informações sobre a biodiversidade da América do Sul, destacando ainda mais a importância da pesquisa científica.




A história que envolve a identificação do Leopardus Pardinoides é tão fascinante quanto o próprio felino. Uma equipe de pesquisadores da Universidade Estadual do Maranhão, realizaram uma extensa análise de registros de museus e câmeras fotográficas em armadilhas, complementada por estudos genéticos detalhados. Após meses de busca, os cientistas capturaram imagens deste felino até então desconhecido, confirmando a presença do Leopardus pardinoides em seu habitat natural. Este novo felino se destaca das outras espécies de gatos-do-mato por possuir uma característica distintiva: apenas um par de mamas. Além disso, apresenta uma cauda longa e orelhas arredondadas. Esta espécie, pode ser encontrada nas florestas nubladas que estão desaparecendo nas cordilheiras do sul da América Central e dos Andes.


Essa descoberta não apenas adicionou uma nova espécie à lista de felinos do mundo, mas também permitiu que estudos mais detalhados sobre sua ecologia, comportamento e conservação fossem realizados. Agora, os pesquisadores estão empenhados em desvendar todos os aspectos dessa espécie recém-descoberta, desde sua distribuição geográfica até sua dieta e interações com outras espécies. Além disso, medidas de conservação estão sendo implementadas para proteger os habitats onde é possível encontrar o felino, garantindo sua sobrevivência a longo prazo.


Lembrando que em breve teremos nosso curso online de Biologia de Felinos via Microsoft Teams! Uma excelente oportunidade para aprofundar ainda mais seus conhecimentos sobre esses fascinantes animais!


Deixe seu comentário e curta essa iniciativa!


Redação: Remilly Leal Guedes. Estagiária da Bioconservation.



T.G de Oliveira et al. 2024. Ecological modeling, biogeography, and phenotypic analyses setting the tiger cats’ hyperdimensional niches reveal a new species.

34 visualizações0 comentário
bottom of page