Animais toxungenosos são aqueles que possuem a capacidade de liberar toxinas através da secreção de substâncias venenosas, sem a necessidade de injetá-las diretamente, como fazem os animais venenosos ou peçonhentos. Essas toxinas são geralmente excretadas através da pele, glândulas especializadas ou outros meios de dispersão, oferecendo proteção contra predadores e, em alguns casos, auxiliando na captura de presas. A distinção principal entre toxungenosos e peçonhentos reside na forma de liberação das toxinas: enquanto os peçonhentos utilizam estruturas como presas ou ferrões para injetar veneno, os toxungenosos dependem do contato ou da projeção das toxinas.
Um exemplo notável de animal toxungenoso é a cobra naja cuspideira (Hemachatus haemachatus). Ao contrário de outras cobras que injetam veneno através de uma mordida, a naja cuspideira é capaz de projetar seu veneno em direção aos olhos de um predador ou ameaça, visando causar dor intensa e potencial cegueira temporária. Este mecanismo defensivo altamente eficaz permite que a naja se defenda a uma distância segura, aumentando suas chances de escapar de situações perigosas.
Outro exemplo impressionante é o besouro bombardeiro (família Carabidae). Este pequeno inseto possui glândulas que produzem uma mistura química explosiva. Quando ameaçado, o besouro mistura essas substâncias e as ejeta com força em direção ao agressor, criando uma explosão química que pode causar queimaduras e desorientação. Esta estratégia defensiva não apenas afasta predadores, mas também demonstra a complexidade das adaptações evolutivas que permitem a sobrevivência desses animais em ambientes hostis. Esses exemplos ilustram a diversidade de mecanismos de defesa que os animais toxungenosos desenvolveram para se proteger e prosperar em seus habitats naturais.
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Texto: Rafael Moura. Doutorando do PPGCAF com ênfase em Conservação da Natureza.
NELSEN, D. R. et al. Poisons, toxungens, and venoms: redefining and classifying toxic biological secretions and the organisms that employ them. Biological reviews of the Cambridge Philosophical Society, v. 89, n. 2, p. 450-465, 2014